Este artigo apresenta um estudo completo e detalhado sobre a ABNT NBR 15526:2016, norma que estabelece os requisitos técnicos para o projeto, execução, ensaio, comissionamento e operação de redes internas de distribuição de gases combustíveis (Gás Natural — GN e Gás Liquefeito de Petróleo — GLP) em edificações residenciais, comerciais e mistas no Brasil.
São abordados os seguintes pontos principais:
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A finalidade da norma, seu contexto de atualização em 2016 e os tipos de edificações e gases abrangidos.
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Os materiais permitidos, critérios para seleção de tubulações e componentes, e as proteções necessárias contra corrosão e danos mecânicos.
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Os dispositivos de segurança obrigatórios, como válvulas de bloqueio, de alívio, monitor, limitadores de pressão e dispositivos contra excesso de fluxo.
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As condições para abrigos de medição e regulagem, incluindo requisitos construtivos, ventilação e acesso seguro.
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A identificação e proteção das redes, com ênfase em cores, sinalização, afastamentos e proteções físicas.
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A metodologia completa de cálculo e dimensionamento das instalações, considerando potência computada, fator de simultaneidade, vazão, pressão e seleção do diâmetro das tubulações.
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Os ensaios de estanqueidade, com etapas do teste, fluido de ensaio permitido, pressão mínima exigida e documentação obrigatória.
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O processo de comissionamento, incluindo purga, admissão de gás combustível e procedimentos de recomissionamento e descomissionamento.
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As regras para instalação e conversão de aparelhos a gás, destacando conexões, válvulas e conformidade com normas específicas (como a ABNT NBR 13103).
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Casos especiais e exemplos ilustrativos apresentados nos anexos da norma, incluindo redes típicas, prumadas, abrigos e ventilação, além de recomendações sobre materiais e dispositivos complementares admitidos.
O artigo busca proporcionar uma visão abrangente e técnica da norma, contribuindo para a correta aplicação dos seus requisitos em projetos e execuções de redes internas de gás combustível, visando segurança, eficiência e conformidade legal.

ABNT NBR 15526:2016 — Guia Técnico sobre Redes Internas de Distribuição de Gás Combustível
ABNT NBR 15526:2016 — Guia Completo sobre Redes Internas de Distribuição de Gás Combustível
A ABNT NBR 15526:2016 é a norma brasileira que estabelece os requisitos para o projeto, execução, ensaio, comissionamento e operação das redes internas de distribuição de gases combustíveis, como Gás Natural (GN) e Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), em edificações residenciais, comerciais e mistas. Esta norma é fundamental para garantir a segurança, a eficiência e a conformidade legal das instalações de gás, prevenindo riscos de vazamentos, explosões e acidentes.
Objetivo e Importância da Norma
A ABNT NBR 15526:2016 tem como objetivo assegurar que as redes internas de gás sejam projetadas e executadas com critérios técnicos rigorosos, proporcionando:
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Segurança para os usuários e para o patrimônio;
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Durabilidade e eficiência das instalações;
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Conformidade com normas nacionais e regulamentos das concessionárias e órgãos fiscalizadores.
A atualização da norma em 2016 trouxe avanços significativos em relação à versão anterior (2012), alinhando os requisitos técnicos às práticas internacionais e às novas tecnologias aplicáveis no setor.
Abrangência e Gases Contemplados
A norma aplica-se às redes internas de gás em:
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Residências unifamiliares e multifamiliares (casas e edifícios);
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Estabelecimentos comerciais e edificações de uso misto.
São contemplados os gases combustíveis:
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Gás Natural (GN): fornecido por redes canalizadas;
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Gás Liquefeito de Petróleo (GLP): distribuído por centrais ou botijões.
Materiais e Tubulações Permitidos
Os materiais admitidos para tubulações incluem:
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Aço carbono: com proteção anticorrosiva quando necessário.
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Cobre: com conexões soldadas ou mecânicas homologadas.
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Tubos multicamadas (PEX-Al-PEX ou equivalentes): desde que homologados para gás.
Todos os materiais devem possuir resistência mecânica adequada, compatibilidade química com o gás e proteção contra corrosão e danos mecânicos.
Dispositivos de Segurança
A norma exige a instalação de dispositivos como:
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Válvulas de bloqueio: para seccionamento da rede em pontos estratégicos.
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Válvulas de alívio de pressão: quando a pressão de operação for superior a 150 mbar.
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Limitadores de pressão e válvulas monitor: em redes de média e alta pressão.
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Dispositivos contra excesso de fluxo: para interromper o fornecimento em caso de grandes vazamentos.
Abrigos de Medição e Regulagem
Os abrigos devem ser construídos com materiais não combustíveis, possuir ventilação permanente (superior e inferior) e dimensões compatíveis com os equipamentos instalados. Em edifícios, devem contar com dutos metálicos para ventilação e proteção adicional, como guarda-corpos e defensas.
Identificação e Proteção da Rede
A tubulação deve ser pintada na cor amarela e sinalizada ao longo do trajeto, com fitas de advertência em redes enterradas. Devem ser observados os afastamentos mínimos em relação a redes elétricas, hidráulicas e outros sistemas, com proteção física em locais sujeitos a impactos.
Cálculo e Dimensionamento
O dimensionamento da rede deve considerar:
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Potência computada dos aparelhos;
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Aplicação do fator de simultaneidade;
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Pressão disponível e perdas de carga;
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Vazão necessária e diâmetro adequado da tubulação.
A norma fornece tabelas e fórmulas para cálculo em baixa e média pressão, além de exemplos práticos para redes residenciais e comerciais.
Ensaios de Estanqueidade
Antes da entrada em operação, a instalação deve ser submetida a ensaio de estanqueidade com ar comprimido ou gás inerte, sob pressão mínima de 150 mbar, durante no mínimo 10 minutos, sem queda de pressão. O resultado deve ser documentado em laudo técnico com ART.
Comissionamento e Admissão de Gás
O comissionamento envolve:
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Purga da rede com gás inerte, removendo ar e umidade;
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Admissão gradual e controlada do gás combustível;
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Verificação final da ausência de vazamentos.
Procedimentos de recomissionamento e descomissionamento são exigidos em caso de reformas, paralisações ou reativações da rede.
Instalação e Conversão de Aparelhos a Gás
Os aparelhos devem ser instalados conforme a ABNT NBR 13103, com registros individuais e ligação por tubos rígidos ou flexíveis metálicos certificados. A conversão entre GN e GLP deve ser feita por profissional habilitado, com emissão de laudo técnico e ART.
Casos Especiais e Anexos Normativos
A norma apresenta exemplos de prumadas, redes e abrigos ventilados, além de orientações sobre o uso de materiais e dispositivos complementares admitidos. Casos especiais (como redes em áreas sujeitas a recalque ou impacto) devem ser tratados em projeto específico, com soluções técnicas adequadas.
Conclusão
A ABNT NBR 15526:2016 é referência essencial para garantir a segurança, a eficiência e a conformidade legal das instalações internas de gás combustível. O atendimento rigoroso aos seus requisitos é responsabilidade dos projetistas, instaladores e responsáveis técnicos, e representa um compromisso com a proteção da vida, do patrimônio e do meio ambiente.
ABNT NBR 15226 - PERGUNTAS FREQUENTES
1️⃣ O que é a ABNT NBR 15526:2016 e qual sua finalidade?
A ABNT NBR 15526:2016 é a norma brasileira que define os requisitos para projeto, execução, ensaio, comissionamento e operação de redes internas de distribuição de gases combustíveis (GN e GLP) em edificações residenciais, comerciais e mistas. Seu objetivo é garantir a segurança, a eficiência e a durabilidade das instalações.
2️⃣ Quais gases combustíveis são abrangidos pela norma?
A norma aplica-se às redes internas que utilizam:
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Gás Natural (GN): fornecido por rede canalizada.
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Gás Liquefeito de Petróleo (GLP): fornecido por centrais ou botijões.
3️⃣ Quais materiais são permitidos para tubulação segundo a norma?
São permitidos:
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Aço carbono (com proteção anticorrosiva quando necessário);
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Cobre (com conexões soldadas ou mecânicas homologadas);
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Tubos multicamadas (ex.: PEX-Al-PEX), desde que homologados para uso com gás.
Todos os materiais devem ser compatíveis com o gás utilizado e protegidos contra corrosão e danos mecânicos.
4️⃣ Quando é obrigatório realizar o ensaio de estanqueidade da rede?
O ensaio de estanqueidade é obrigatório:
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Antes da entrada em operação de uma nova instalação.
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Após qualquer modificação, ampliação ou reparo na rede.
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Quando exigido por inspeções periódicas ou órgãos fiscalizadores.
5️⃣ Qual é a pressão mínima exigida para o ensaio de estanqueidade?
O ensaio deve ser realizado com pressão mínima de 150 mbar (15 kPa) ou a maior pressão prevista no projeto, utilizando ar comprimido ou gás inerte. O ensaio deve durar no mínimo 10 minutos sem queda de pressão.
6️⃣ Como devem ser os abrigos de medidores e reguladores?
Os abrigos devem:
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Ser construídos com materiais não combustíveis.
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Possuir ventilação permanente (superior e inferior).
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Ter dimensões adequadas ao equipamento e permitir acesso seguro para leitura e manutenção.
7️⃣ Quais dispositivos de segurança são exigidos pela norma?
A norma exige a instalação de:
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Válvulas de bloqueio em pontos estratégicos e em cada aparelho.
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Válvulas de alívio de pressão em redes acima de 150 mbar.
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Limitadores de pressão, válvulas monitor e dispositivos contra excesso de fluxo conforme o tipo de rede e pressão de operação.
8️⃣ A conversão de aparelhos entre GN e GLP é permitida?
Sim, desde que realizada por profissional habilitado, com uso de kit homologado pelo fabricante, emissão de laudo técnico e ART. O aparelho convertido deve ser identificado com etiqueta do tipo de gás.
9️⃣ O que a norma estabelece sobre a proteção e sinalização das redes?
As tubulações devem ser pintadas de amarelo e sinalizadas ao longo do percurso, especialmente em mudanças de direção e passagens por elementos construtivos. Redes enterradas devem ter fita de advertência acima da tubulação.
🔟 Quais documentos devem acompanhar o projeto e execução da rede?
Devem compor o dossiê técnico da instalação:
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Projeto e memoriais descritivos.
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Cálculos de dimensionamento e fator de simultaneidade.
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Laudos de ensaio de estanqueidade e comissionamento.
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ART do responsável técnico.
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Plantas e esquemas atualizados da rede.